quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma boa ação mascarada



Trabalhos voluntários, projetos sociais, ações de sustentabilidade já não são mais diferenciais. A “moda” do momento é praticar a boa ação.

Até que ponto essas obras são sinceras, estruturadas e estáveis? Agregar valores para imagem e credibilidade de uma organização, ou pessoa pode não ser uma tarefa tão difícil, mas perpetuá-las é praticamente impossível.

O que podemos perceber nos acontecimentos atuais é que o espírito bom se tornou o espírito de porco e, só terá continuidade àquilo que de alguma maneira oferece lucros ou benefícios.

Tive a oportunidade de trabalhar para um projeto social. Em um primeiro momento fiquei extasiada, sempre tive vontade de fazer alguma coisa em prol à sociedade.
Na primeira reunião já começou minha decepção. O entusiasmo dos outros indivíduos que também colaboram para com o projeto era de deixar qualquer usuário de LCD (e afins) com sono.

Minha vontade era chacoalhar cada um deles e expor todas as minhas brilhantes idéias, que na minha imaginação pura e fértil fariam qualquer ação deslanchar. Mas coloquei o pé no chão, um projeto social requer uma demanda, e nela está inserida a de recursos humanos (creio que a mais importante).

Enquanto as pessoas, na sua maioria, encararem ações de bem feitoria, como uma maneira de se auto-promover, a probabilidade de acontecer o atendimento continuado, e de qualidade é quase nula.

A consciência e o espírito humanista devem ser acordados!

Fonte: foto por www.ccoo.cat/noesunjoc/







quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Estagiário ou Estagiotário?

A partir do momento que demonstramos interesse por uma determinada profissão, já nos é deixado claro a importância do período de estágio em uma organização.

Em muitos cursos esta atividade extracurricular é até obrigatória. Salvo alguns casos, mas em muitos outros presenciamos ou ouvimos dizer que a maior parte das tarefas desenvolvidas pelo estudante, não diz respeito as suas ambições de futuro profissional.

Organizar arquivos, arrumar planilhas de Excel, e até mesmo servir cafezinhos creio que não prepararão uma pessoa para o mercado de trabalho. A falta de benefícios, as baixas remunerações, a ausência de vínculo empregatício só prova que muitas organizações se aproveitam de um clã interessado em apreender para obter mão de obra, muitas vezes, qualificada e barata.

Não sei ao certo até que ponto nós como Universitários somos responsáveis por isso. Infelizmente mais uma vez fomos obrigados a nos acostumar com uma condição injusta, para quem sabe sermos aceitos em uma sociedade que a cada dia causa sua própria destruição e desmoralização.


Recomendo o álbum “A Vida de estagiário” de Allan Sieber. Por meio de tiras, que fazem muito sucesso na Folha de S. Paulo, ele reforça alguns pontos que levantei, e relata casos reais que ilustram o sofrimento atual de muitos estagiários do Brasil inteiro.